NOTÍCIAS
5º Fórum Fundiário Nacional: Regularização Fundiária nas Favelas e o Papel das Corregedorias Gerais de Justiça
29 DE ABRIL DE 2024
O tema da regularização fundiária nas favelas e o papel das Corregedorias Gerais de justiça foi debatido na palestra do 5º Fórum Fundiário Nacional, realizado em Palmas nesta sexta-feira (26/4). A juíza auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Carolina Ranzolin Nerbass, trouxe questões cruciais relacionadas à regularização de terras em áreas urbanas informais, destacando o papel vital das Corregedorias nesse processo.
Participaram também, a debatedora Selene de Moraes, do projeto Sinter da Receita Federal de São Paula, e os moderadores, juiz Wellington Magalhães, coordenador do Núcleo de Prevenção e Regularização Fundiária (Nupref), e Samuel da Silva Cardoso, coordenador geral de Regularização Fundiária na Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades.
“Nos últimos 40 anos, o Brasil sofreu um êxodo de 90% da população se deslocando para áreas urbanas o que gerou o crescimento das cidades de forma totalmente desordenada. O Senso de 2022 trouxe os números, o Brasil possui mais de dez mil favelas, nesses assentamentos irregulares, vivem mais de 16 milhões de pessoas e isso equivale a 8% da população brasileira. Então, é extremamente importante esse assunto estar sempre em pauta”, disse a juíza auxiliar da Corregedoria Nacional, Carolina Ranzolin.
Durante a palestra, a magistrada também destacou que não basta apenas entregar títulos. “Quando foi editado o provimento Solo Seguro Favelas, a preocupação não era só fundiária, mas tudo aquilo que deve vir com ela: ações sociais, urbanísticas, jurídicas e ambientais, o município não pode achar que só deu um título e pronto acabou, ele tem que tornar aquele ambiente incluído na urbanização da cidade e dar condições para que aquelas famílias possam se desenvolver e gerar riquezas”.
Papel das Corregedorias na Regularização Fundiária
Na palestrante também enfatizou a conexão da Corregedoria com a regularização fundiária. “Embora não explicitamente mencionada na Lei da Reurb (Lei 13.465/2017), é fundamental entender o processo de implementação efetiva dessa legislação. Enquanto a lei define os atores principais, como União, Estado, Município, poderes públicos, Defensoria Pública, Ministério Público e os próprios interessados, a Corregedoria emerge como um ponto de convergência essencial para coordenar e facilitar a atuação desses diversos agentes. A corregedoria é um ponto catalizador de junção de todos esses atores para que a coisa possa acontecer. A Corregedoria, principalmente por conta da ascendência que tem com os cartórios, nos processos judiciais, nas funções fiscalizadoras e reguladoras tem essa ascensão e pode então exercer esse papel importantíssimo junto aos municípios, junto com quem cuida dessa pauta para promover ações e fazer com que a regularização fundiária tenha êxito”. disse.
Programa: Periferia Viva
O Coordenador Geral de Regularização Fundiária na Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Samuel da Silva Cardoso, destacou o Programa Periferia Viva, que visa investir em infraestrutura urbana, fortalecimento social e comunitário, equipamentos sociais, inovação tecnológica e oportunidades. “Este programa, que envolve diversos ministérios, representa um compromisso do governo com as favelas e emergiu da urgência de retomar políticas públicas significativas, mobilizando potenciais e fomentando atividades desenvolvidas dentro desses territórios”, afirmou.
Ele ressaltou ainda que focar esforços e investimentos em programas como o Periferia Viva, é crucial para promover a participação social, a formação cidadã e a integração das políticas públicas, visando uma visão territorial que contribua para reduzir as desigualdades territoriais. Este enfoque reflete o compromisso do governo em enfrentar os desafios das periferias urbanas e promover um desenvolvimento mais inclusivo e equitativo em todo o país.
Para finalizar o juiz Wellington Magalhães ressaltou a relevância da exposição do tema. “Esses debates são importantes para aprimorar o trabalho da Corregedoria, especialmente em relação ao avanço das questões de regularização fundiária, nesse caso, com destaque para o Provimento 158/2023, que trata da regularização fundiária em favelas e será discutido amplamente durante a semana do solo seguro”.
A juíza auxiliar da Corregedoria Nacional, Carolina Ranzolin destacou ainda que a Corregedoria Nacional de Justiça, em 2023, propôs a Diretriz Estratégica nº 12, visando promover ações institucionais entre tribunais e entidades especializadas, tanto públicas quanto privadas. O objetivo era viabilizar o processo de regularização fundiária em 5% dos municípios do Estado, com ênfase na realização do monitoramento dos cartórios de registro de imóveis em todas as etapas do procedimento.” As Corregedorias podem atuar desde o início até o procedimento final, quando o título é registrado, verificar se não tem nenhuma irregularidade, nenhum ato de corrupção de terras, porque o objetivo não é esse”.
Durante sua fala, a juíza também mencionou o impacto do Provimento 158/2023. No marco da primeira ação solo seguro Favelas, realizada em 2023, foram concedidos 80 títulos de propriedade. Para este ano, destaca-se a segunda mobilização, agendada para ocorrer em São Paulo de 3 a 7 de junho. Durante essa semana, estão programadas ações e mobilizações em todos os estados, visando avançar nas questões relacionadas à regularização fundiária em favelas.
Para finalizar, a magistrada destacou o papel das Corregedorias e mencionou que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológicas (Ipea), a regularização massiva no Brasil pode gerar um impacto econômico de 202 bilhões de reais.
Fonte: TJTO
Outras Notícias
Anoreg RS
Começa cadastramento de imóveis prontos para doação às famílias do Rio Grande do Sul
11 de junho de 2024
Todas as etapas serão realizadas pela internet. Imóveis serão destinados para famílias das faixas 1 e 2 do...
Anoreg RS
Relatório final do “Registre-se!” deste ano aponta quase 27 mil atendimentos no Amazonas durante a Semana Nacional do Registro Civil
11 de junho de 2024
Número mais que dobrou em comparação com os dados de 2023 no estado, que, além de Manaus, também foi realizado...
Anoreg RS
Simpósio Nacional: 4 Anos de e-Notariado está com inscrições abertas
11 de junho de 2024
O Notariado Brasileiro está prestes a celebrar um marco revolucionário: os 4 anos da plataforma digital...
Anoreg RS
STF valida cobrança de IR em conjunto com ITCMD sobre transferência de imóvel de herança
11 de junho de 2024
O ganho de capital nas transferências de bens de falecidos ou doadores configura acréscimo patrimonial, que está...
Anoreg RS
Grupo da reforma tributária discute cobrança de impostos na emissão da nota e regime específico para imóveis
11 de junho de 2024
O grupo de trabalho (GT) que analisa a proposta de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24) promove mais...